Professor da Atitus integra Programa Nuffield e compartilha jornada internacional pelo futuro do agronegócio
Publicado em 19/12/2025
Docente da Escola do Agronegócio foi um dos seis brasileiros selecionados para o Programa Nuffield, referência global no agro
A Escola do Agronegócio da Atitus acompanha de perto a jornada internacional de Guilherme Silva de Oliveira, professor da instituição e um dos seis brasileiros selecionados para o Programa Nuffield de Pesquisa no Agronegócio 2025. Reconhecido mundialmente, o programa reúne jovens lideranças do agro de diversos países para uma imersão profunda em sistemas produtivos, inovação, políticas públicas e modelos de negócio que estão moldando o futuro do setor.
Associada à rede Nuffield no Brasil, a Escola do Agronegócio da Atitus integra uma organização internacional sem fins lucrativos, de origem inglesa, que há mais de 70 anos fomenta a inovação e o desenvolvimento de lideranças no agronegócio global. Guilherme participa do programa com apoio institucional da Atitus, reforçando a conexão da instituição com redes internacionais de conhecimento e inovação.

Uma jornada global pelo agro do presente e do futuro
A primeira etapa da jornada levou Guilherme e o grupo de pesquisadores ao sul da Austrália, região reconhecida pela diversidade de solos, sistemas produtivos e forte vocação exportadora. Em poucos dias, o grupo visitou universidades, centros de pesquisa, produtores de grãos e forrageiras, vinícolas, mercados, uma fazenda verticalizada de morangos e uma operação de leite totalmente robotizada.

Além das visitas técnicas, Guilherme participou da Conferência de Apresentação dos Novos Scholars 2026 da Nuffield Australia, um encontro que conecta pesquisadores iniciantes e membros experientes de uma das redes mais consolidadas do agro mundial.
“O foco do agro sul-australiano é muito claro: produtos premium, alta qualidade e exportação. Ao mesmo tempo, os desafios são intensos, especialmente em relação à disponibilidade de água, às secas cada vez mais frequentes e à retenção de mão de obra no campo”, relata Guilherme. Segundo ele, a resposta do setor passa por tecnologia, decisões mais profissionais, diversificação estratégica e uma visão de negócio cada vez mais presente na agricultura.
Diferentes países, realidades e aprendizados
A jornada internacional seguiu por Singapura, onde o grupo conheceu iniciativas de agricultura urbana e vertical, como aquaponia e jardins comestíveis, além de centros de distribuição de alimentos, mercados premium e instituições financeiras. Apesar do discurso forte em sustentabilidade, Guilherme observa que o papel de Singapura no agro mundial está mais ligado à logística, ao comércio e à segurança alimentar do que à produção em larga escala.

Nas Filipinas, o foco foi a segurança alimentar em um país com mais de 118 milhões de habitantes e desafios significativos relacionados à escala produtiva, logística, clima e sucessão no campo. O grupo visitou centros de pesquisa em arroz e leite, cooperativas, fazendas de pequeno porte e iniciativas de empreendedorismo feminino. “É um país que enfrenta enormes dificuldades, mas também demonstra uma capacidade impressionante de adaptação, inovação e geração de oportunidades”, destaca.
A etapa na Dinamarca revelou um modelo altamente organizado, com forte atuação de cooperativas, foco em produtos premium e uma agenda ambiental robusta. Mesmo com dimensões territoriais reduzidas, o país exporta três vezes mais alimentos do que consome. “A discussão ambiental é central, com metas claras de neutralização de emissões no agro até 2045, o que impacta diretamente decisões produtivas, investimentos e políticas públicas”, explica Guilherme.
Nos Estados Unidos, a passagem pela Califórnia evidenciou a complexidade da gestão hídrica em uma das regiões agrícolas mais produtivas do mundo. O grupo visitou pomares de amêndoas e pistache, vinhedos, fazendas de laticínios, centros de pesquisa e operações com tratores autônomos. A escassez de água, a mão de obra e questões geopolíticas e comerciais também apareceram como fatores críticos para o setor.

A última etapa do roteiro passou pelo Chile, único país latino-americano visitado. Com forte cultura exportadora e grande diversidade produtiva, o país se destaca pela agregação de valor no agro. “O Chile tem um sentimento de proximidade e cooperação muito forte. Ao mesmo tempo, enfrenta desafios importantes relacionados à irrigação, às mudanças climáticas e à pressão sobre margens dos produtores”, observa.
Pesquisa, inovação e impacto na Atitus
Ao longo de 18 meses, Guilherme desenvolve o projeto de pesquisa com o tema: “Como ecossistemas de inovação e tecnologia para o agro vêm operando atualmente no mundo todo, e o que o Brasil pode aprender com isso”, analisando conexões entre universidades, centros de pesquisa, startups, governos, empresas e iniciativas intraempreendedoras.
Com formação em Engenharia Elétrica, especializações em Agricultura de Precisão e MBA em Gerenciamento de Projetos, Guilherme acumula mais de 17 anos de atuação em inovação, tecnologia e desenvolvimento de produtos para o agronegócio, além de relacionamento com ecossistemas de inovação. Atualmente, atua como professor da Atitus e consultor da TechnNova, empresa do Ecossistema Atitus.
“A conexão da Atitus com o mercado e com a inovação foi decisiva para esse projeto. Minha intenção é compartilhar todo esse aprendizado em sala de aula e em diferentes frentes do ecossistema, especialmente na Escola do Agronegócio”, afirma Guilherme.
Para a Atitus, a participação no Programa Nuffield reforça o compromisso na internacionalização com uma formação conectada ao mundo real, às transformações globais e à construção de lideranças capazes de pensar o agronegócio de forma estratégica, sustentável e inovadora.

