Estudo do Doutorado em Odontologia da Atitus Educação deve divulgar resultados até o final de 2025

Enfrentar a temida cadeira do dentista pode ser um grande desafio para as crianças. No entanto, a presença - e o carinho - de um cãozinho pode ajudar a reduzir a ansiedade e o medo. Essa é a hipótese de uma pesquisa inovadora conduzida no Doutorado em Odontologia da Atitus Educação, em Passo Fundo.

O estudo, liderado pelas doutorandas Juliane Taufer e Juliana Sebem, com orientação dos professores Fernanda Ruffo Ortiz e Bernardo Antonio Agostini, segue um ensaio clínico randomizado. A protagonista dessa iniciativa é a Campeira, uma cadela da raça Collie, que acompanha crianças de 5 a 12 anos durante as consultas odontológicas, tornando a experiência mais acolhedora. O objetivo da pesquisa é comparar atendimentos realizados com e sem a presença do animal, analisando fatores como ansiedade, percepção da dor, sinais vitais e qualidade de vida relacionada à saúde bucal.

A Terapia Assistida por Animais (TAA) já é aplicada em diversas áreas da saúde, como medicina e fisioterapia. No entanto, seu uso na odontologia ainda é pouco explorado, tornando esta pesquisa pioneira no Brasil. O professor Bernardo Agostini explica que o objetivo do estudo é comprovar, de forma científica, os benefícios da presença de um animal no atendimento odontológico infantil.

“O que estamos fazendo aqui é validar cientificamente que a presença de um cão pode tornar o atendimento mais humanizado, reduzindo o medo e a ansiedade das crianças”, destaca Agostini. Ele ressalta, ainda, que a pesquisa está diretamente alinhada à vertical One Health, da Escola de Saúde da Atitus. “Ou seja, buscamos uma abordagem de saúde integral, considerando todos os aspectos do bem-estar do paciente. Não estamos focando apenas na odontologia, mas no cuidado global da criança”, conclui.

Segundo a pesquisadora Juliana Sebem, médica veterinária, a comparação entre atendimentos com e sem a presença de Campeira tem mostrado diferenças significativas. "Observamos que, no primeiro atendimento, sem a cadela, algumas crianças demonstram medo e ansiedade, chegando a chorar. No entanto, quando retornam e têm contato com a Campeira, seu comportamento muda completamente, e elas se sentem mais confiantes e confortáveis", explica.

A doutoranda Juliane Taufer, odontopediatra, reforça a importância do estudo. "Esse é um ensaio clínico inovador dentro da odontologia, e os primeiros resultados indicam que as crianças estão mais colaborativas durante os atendimentos, reduzindo os níveis de estresse e medo".

Desde o início da pesquisa, a presença de Campeira tem feito diferença tanto para os pequenos pacientes quanto para a equipe clínica. A professora Fernanda Ruffo Ortiz ressalta que a ideia de introduzir a TAA na odontologia veio da observação de seus benefícios em outras áreas da saúde. "Sabemos que a terapia assistida por animais já é aplicada em hospitais e clínicas médicas. Por que não trazê-la para a odontologia?".

Os pesquisadores também estão acompanhando o bem-estar de Campeira durante os atendimentos, garantindo que sua participação seja segura e confortável. "Ela está sempre tranquila, pede carinho para as crianças e demonstra gostar da interação", afirma Juliana.

O futuro da pesquisa

Os atendimentos são realizados na Clínica Odontológica da Atitus, no campus Santa Teresinha, em Passo Fundo, e seguirão até o final de 2025. Os pesquisadores esperam que os resultados tragam evidências científicas robustas sobre os benefícios da Terapia Assistida por Animais na odontopediatria, possibilitando sua adoção como uma estratégia eficaz para tornar os atendimentos odontológicos mais acolhedores.

As crianças interessadas em participar da pesquisa podem entrar em contato com a Clínica Odontológica da Atitus pelo WhatsApp: (54) 3045-9037.